sábado, 15 de maio de 2010

UTILIZAMOS O MILHO A TODAS AS HORAS DO DIA, NÃO ACREDITAS?

Ao levantar
Muitos dos sabonetes, geles e cosméticos incluem derivados de milho. Para ter um bom começo todas as manhãs, há que tomar um bom café da manhã (pequeno almoço).
O menu desta manhã inclui uma taça de corn-flakes, uma torrada com margarina e marmelada, e uma xícara de café. Pois bem, das várias coisas que comemos ou bebemos no café-da-manhã, são provenientes do milho, como o amido do milho, açúcar do milho, farinha de milho, etc. O pão pode ter amido, açúcar e dextrosa (glicose), como ingredientes. A marmelada costuma ter açúcar de milho. O chá e o café instantâneo também costumam ter na sua composição um subproduto do milho : a maltodextrina. A margarina também pode ter milho. Os bolos feitos em casa, assim como outras sobremesas, são feitos com leveduras derivadas do milho.
Como devemos tratar de nossas roupas e nossos sapatos, por exemplo as graxas dos sapatos incluem compostos derivados de milho. Apoiamo-nos contra uma parede, o gesso dos tabiques levam amido de milho para ganhar aderência. O óleo de milho é utilizado nas pinturas e vernizes. A cola dos papeis pintados é feita de amido e dextrina de milho. Uma parede de cimento pode ter água de milho na sua composição.

À ida para a escola e trabalho
Vamos de carro. Os carros também precisam de milho! As cabeças dos cilindros, os pneus e o líquido do limpa pára-brisas, contêm milho na sua composição. A bateria do carro também.


As crianças chegam à escola
Já se utilizam papéis feitos à base de milho. Os lápis de cera e o giz, são fabricados com derivados deste cereal.

Na comida
Milho no óleo, legumes em conserva, margarina, mostarda, maionese, ketchup, a frutose de muitas sobremesas, iogurtes (açúcar do milho para adoçar), congelados, gelados. A carne e os ovos que consumimos, são provenientes de animais que foram alimentados com rações em que a sua composição em milho é em elevada percentagem principalmente em glúten.

Uma visita a um conhecido que está internado no hospital
Cerca de 85 tipos diferentes de antibióticos utilizam milho na sua composição. A fina capa que cobre as aspirinas e outros analgésicos são feitas de amido de milho. As garrafas com as soluções intravenosas que muitos pacientes necessitam, contêm dextrosa. A água em que se processa industrialmente o milho, também se utiliza para fabricar alguns antibióticos e fármacos.

O lanche a meio da tarde
Quase todas as bebidas gaseificadas utilizam edulcorantes obtidos do milho. As cervejas sem álcool substituíram o amido extraído da cevada pelo o do milho, para conseguirem formulas mais ligeiras. As crianças comem guloseimas que levam milho: barras de caramelo ou chocolate, pastilha elástica, batatas fritas e um grande número de aperitivos feitos á base de milho.

Regresso a casa
As crianças quando vestem moletons (fatos de treino ) com desenhos cheios de cor, estes necessitam de milho para que se mantenham as cores vivas e haja aderência à roupa. Brincam em cima de tapetes que têm fibras tratadas com milho.
Ao jantar, utilizamos recipientes de plástico e de papel que têm na sua composição fibras de milho, que são muito mais ecológicos do que outros plásticos industriais. Quando comemos uma pizza, o molho de tomate tem amido .

O MILHO E A DESFOLHADA...


O milho, desde a expansão marítima e a sua introdução nos hábitos alimentares da população de Portugal Continental, tem principalmente na zona norte, o habitat agrícola por excelência, tendo em torno deste cereal sido criada toda uma gastronomia específica (o bolo do tacho, a broa, a bola de carnes ou sardinha) bem como um conjunto de edifícios de armazenamento e de transformação.
Existem ainda hoje muitos moinhos e um incontável número de espigueiros, em madeira, pedra cimento e tijolo. Essa importância manifestou-se na designação de «Celeiro do Minho», atribuída no reinado de D. João IV, durante a Guerra da Restauração.
Como referido acima, o cultivo do milho é uma tradição do Minho, Douro Litoral e Beira Litoral. Esta planta gosta muito de calor e água, por essa razão é necessário muito trabalho para a regar. No Alentejo, que é a região mais seca de Portugal, há algumas áreas de cultivo de milho mas só onde a rega abundante é possível. A sementeira é feita nos princípios de Maio, em Junho é sachado para tirar as ervas daninhas e mondado.
A monda consiste em tirar dois pés de milho que estejam juntos, para que aquele que esteja mais forte se possa desenvolver melhor. Em Julho começam as regas. Há um sistema de regadio que, ainda hoje, é motivo de muitas zangas e até de acidentes graves. Quando o milho cresce, é-lhe cortado o pendão ou bandeira que é um óptimo alimento para o gado.
Na colheita cortam-se as canas com as espigas e fazem-se molhos. As espigas eram escanadas e deitadas em cestos, que eram levados em carros de bois para o beiral ou eira. As canas eram atadas em molhos e o lavrador fazia rimas (medas) para secarem. No Inverno, serviam de alimento aos animais.



MAS O QUE É A DESFOLHADA ?
Nos fins de Setembro, princípios de Outubro cortam-se as canas do milho, que são transportadas para a eira no carro de bois. Na eira faz-se a desfolhada.
A desfolhada é um trabalho agrícola onde se retira a espiga (ou maçaroca) da planta, que se chama milho. Embora possa parecer uma festa, é um trabalho duro e cansativo, tanto para os adultos, homens e mulheres, como para os jovens e as crianças que, por essas aldeias fora, trabalham no campo.
À medida que se desfolha, vai-se amontoando as espigas em cestos de verga ou de costelas que, depois de cheios, são despejados no canastro ou espigueiro. Os jovens participam entusiasmados nas desfolhadas, sempre na esperança de encontrar milho-rei ou rainha para poderem dar um beijo ou um abraço à namorada.
Onde está o milho-rei?
Durante as desfolhadas, o aparecimento das espigas de milho vermelho é fundamental para manter o entusiasmo de todos. É que o feliz achador tem a obrigação de gritar bem alto: - MILHO REI ! - e o direito de dar uma volta a todos os trabalhadores, distribuindo abraços. Antigamente, esta era uma oportunidade única para se aproximar fisicamente das raparigas, das namoradas, até das noivas porque, na época, as convenções sociais eram muitas e a vigilância por parte dos pais era muito apertada.
Sempre, após as malhadas ou desfolhadas, os donos da casa ofereciam uma lauta merenda, geralmente constando pão de milho ou centeio, azeitonas, iscas de bacalhau ou sardinha assada, não faltando, é claro, o indispensável vinho verde servido em cabaça por onde todos vão bebendo. Durante essa merenda e prolongando-se por algum tempo mais, entre os presentes sempre tinha alguém que tocava, ou pelo menos “arranhava” uma concertina (é assim que chamam aos acordeões menores) e o baile estava formado. No Minho não se compreendia que se pudesse executar qualquer faina (trabalho) agrícola sem ser acompanhada ou coroada por cantos e danças.
Depois das desfolhadas, as folhas eram aproveitadas para encher colchões. As espigas eram malhadas para a desfolhar os grão e o carolo ( aparte branca do interior da espiga) era aproveitado para o fogo. O pó, chamado moinha, dava para encher almofadas. O grão do milho era passado por um limpador e posto na eira a secar. Depois de seco, era limpo novamente e posto em caixas.
A desfolhada, hoje em dia, só é retratada como antigamente, pelas Associações Culturais, que com isso, dão a conhecer, os lindos costumes do Minho.

A Associação Cultural Recreativa e Desportiva de Moselos tem vindo a recriar, desde 1998, na eira no Museu Regional de Paredes de Coura, desfolhadas tradicionais, com o objectivo de viver a tradição das colheitas em espírito comunitário festivo. A próxima desfolhada tradicional terá lugar no dia 11 de Outubro, pelas 21h00, no referido Museu, na Rua Aquilino Ribeiro. Mais informações pelo telefone 251 780 122.




domingo, 11 de abril de 2010

CASTANHAS PORTUGUESAS VOCÊ CONHECE ?


Castanhas Portuguesas, conhecem?
O castanheiro é uma árvore da família das castanáceas ou fagáceas, autóctone da Europa Meridional, Argélia e Ásia Menor que abunda em Portugal desde tempos muito remotos. Com um tronco grosso e copa larga, pode atingir 25 a 30 metros de altura, chegando a encontrar-se alguns cujo tronco atinge um perímetro com mais de 10 metros. Foi sempre sinónimo de fartura e riqueza. Dele eram feitas as mobílias das casas, as masseiras, os teares, era dele que nasciam as portas e janelas das mesmas, os soalhos e os tectos. Durante muitos anos chamou-se ao castanheiro ‘o ferro de Portugal’ e dele se diz ainda ‘300 a crescer, 300 a ser e 300 a morrer’, ditado que se refere à sua longevidade.
Os Celtiberos veneraram o castanheiro como divindade benigna e mais tarde, na chancelaria de D. Afonso III, em 1269 é referida a castanha como elemento central na mesa.
Durante muitos séculos foi o alimento fundamental da região transmontana e beirã pelo seu grande teor nutritivo. Sob o ponto de vista medicinal, a castanha é usada como adstringente no tratamento de enterites.Antigamente, a apanha da castanha era uma ocupação que dava trabalho a muita gente e no final desta, pelas famílias mais pobres ou como tradição acontecia o ‘rebusco’, quando os rapazes e as raparigas iam à procura de algumas que tinham ficado nos soutos. Após a recolha, juntavam-se num lugar combinado e faziam fogueiras onde as assavam, num convívio chamado “de magusto”. Quando as castanhas já estavam assadas, tiravam-nas do monte de cinzas, comiam-nas e brincavam, enfarruscando-se uns aos outros. Alguns mais crédulos eram incitados a ir molhar o vassouro para apagarem a fogueira e quando voltavam já não tinham mais castanhas.
E se apenas escutou falar de castanhas assadas, fique a saber que estas também podem ser fritas. Basta dar um corte em cada castanha, colocar na frigideira ao lume com bastante óleo e quando este estiver bem quente deitar as castanhas e deixar fritar alguns minutos, descascando-as depois
Mas as castanhas têm mais tradição do que simplesmente serem consumidas assadas, compradas apressadamente num cartucho de papel. Este fruto tem um papel bem especial na tradições portuguesas.
Em algumas casas mais antigas ainda pode se encontrar na velha cozinha vestígios de algum “caniço”. E em alguma despensa ou arrumação de casas mais abastadas, entre os diversos utensílios agrícolas existam ainda as botas ferradas usadas pelos homens no trabalho de pilar as castanhas. Nas casas particulares as castanhas eram conservadas pelo método de pilagem. Nas cozinhas de pedra, com lareira, eram colocados os caniços feitos com tábuas estreitas, um pouco separadas umas das outras, onde se colocavam as castanhas e o calor da fogueira secava-as. Depois tiravam-se do caniço e metiam-se em cestos. Eram os homens, com botas bem ferradas e bamboleando-se de um lado para o outro, que as pilavam, isto é, quebravam-lhes a casca obrigando-a a desprender-se. Com estas castanhas confeccionava-se o gostoso ‘caludo’.
O Caludo consistia em, às castanhas secas juntava-se água, leite e açúcar. Coziam-se as castanhas piladas em água, e quando começavam a ferver juntava-se o açúcar, deixando ficar ao lume mais um pouco. Retiravam-se da panela e esmagavam-se, juntando um pouco de leite.
Abri seu apetite para umas castanha assadas?
E porque não juntá-las a um recheio, a carne ou a outros pratos da nossa rica gastronomia.
Cabe a você usar a imaginação e tirar da castanha o que ela tem de melhor e mais gostoso, se a conseguir encontrar.

sábado, 10 de abril de 2010

CONSUMO DE FRUTAS NO BRASIL É BAIXO


Embora o Brasil seja um grande e excelente produtor mundial de frutas e hortaliças, com grande abundância de variedades nas diferentes regiões do país, o brasileiro ainda é um péssimo consumidor destes alimentos, priorizando outros de inferior valor nutricional, tais como biscoitos, salgadinhos e refrigerantes.
O péssimo resultado deste hábito é o crescente número de obesos, com aumento do risco de diversas doenças relacionadas ao excesso de peso e sedentarismo, como as cardiovasculares.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo diário mínimo para um adulto deve ser de cinco porções, ou 400 gramas de frutas e legumes. No Brasil, a ingestão não chega a um terço destes valores. Segundo a mais recente Pesquisa de Orçamentos Familiares, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), frutas, verduras e legumes correspondem a apenas 2,3% das calorias totais ingeridas pela população.
No estudo, da amostra de cerca de 10 mil famílias, foram levantadas informações sobre o perfil de consumo e os determinantes do não-consumo. Segundo os pesquisadores, um dos motivos para o não consumo destes artigos é o preço dos alimentos. A falta de hábito e de tempo para o preparo também pesou na hora da escolha.
Um novo estudo sobre o tema já está sendo finalizado, e os valores não são nada animadores. Parece que o triste cenário encontrado nas últimas três décadas do século 20, em que houve um declínio no consumo de alimentos básicos, tais como cereais, frutas e hortaliças na cidade de São Paulo, deve se manter.
Diante deste futuro sombrio, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com outras instituições, desenvolve, desde 2007, um projeto para subsidiar ações em comunidades atendidas pelo Programa de Saúde da Família (PSF), para incentivar a população a consumir mais frutas, legumes e verduras. O grupo elaborou, por exemplo, uma série de livretos e cartilhas, disponíveis gratuitamente no site da Embrapa, para incentivar o consumo de vegetais, com recomendações nutricionais, quantidades a serem ingeridas e dicas de receitas. O material é também voltado a profissionais das áreas de nutrição e educação, pois oferece sugestões de como trabalhar o tema para estimular a alimentação saudável. Os textos seguem as diretrizes do Ministério da Saúde e orientam, entre outros aspectos, sobre o consumo de sal, gordura e açúcar, bem como alertam para a importância da prática regular de atividade física.

Referência(s)Autor):
Chico Damaso. Pesquisa de Orçamentos Familiares – IBGE. Disponível em http://www.ibge.gov.br. Acessada em 24/03/2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

Ora pois...: UM GOSTINHO DE PORTUGAL

Ora pois...: UM GOSTINHO DE PORTUGAL

UM GOSTINHO DE PORTUGAL



Rústicicidade é a maior característica da culinária portuguesa, bastante marcante e variada, com evidência para as especialidades típicas das diferentes regiões do país, formadas a partir de tradições e ingredientes locais.
Alguns pratos da gastronomia portuguesa tem como base as especiarias trazidas para o país pelos navegadores dos Descobrimentos. Pimenta, canela, nóz moscada, caril foram alguns dos ingredientes que ajudam hoje a compor os deliciosos pratos das vastas ementa gastronômica.


Uma refeição típica, em Portugal, começa pelas entradas constituidas pelo simples pão e manteiga, outras vezes azeitonas (condimentadas com azeite,alho e orégano, ou simples) enchidos assados, queijos de ovelha ou de cabra, saladas de polvo, de ovas, de orelha de porco, presunto. Segue-se a sopa, cuja a variedade é infindável. Sopas de legumes, de tomate, do “cozido” de marisco, ou algumas das mais famosas: a “açorda alentejana”; composta de pão; alho, coentro ,azeite, ovo escalfado e água a ferver ou o nacional “caldo verde”, feito de legumes, batata, e acompanhado por chouriço. Na grande maioria dos restaurantes localizados à beira mar, faz se sopa de peixe, uma iguaria à base de vários peixes. Existem também sopas que funcionam quase como refeições. É o caso da “SOPA DE PEDRA”, que mistura carnes e batatas no caldo da “SOPA DE CAÇÃO”, especialidade que se encontra normalmente no Alentejo: postas de cação servidas com caldo e pão.
Peixe é uma constante na gastronomia portuguesa, sendo que o grande ênfase para as sardinhas, nos meses de verão e para o bacalhau presença antes constatante em qualquer altura do ano, sendo hoje mais procurado, no Natal, principalmente na zona Norte. Mas o mar tem muito mais variedades e algumas das espécies de peixe são saborosas. A mais comum é a pescada, que normalmente é cozida, acompanhadas com legumes e batatas, mas linguado, salmão, truta, e tamboril poderão aparecer sob várias formas e qualquer uma delas bem apetitosas.
Do mar vem também o marisco, aconselhado a não ser consumido em meses que não tenham no seu nome a letra “r”, a verdade é que mesmo no pino do verao que se tornam mais apetecíveis, mexilhões, ameijoas, cadelinhas, berbigão, camarão, lagosta, santola e sapateira, apenas para nomear alguns.Apesar de ser conhecido pelo seu peixe, Portugal é também país de carne e a variedade gastronômica que se apresenta é bastante considerável. Porco, vaca, borrego, frango, são algumas das opções. Do porco vem os enchidos (chouriços, morcelas são algumas dos exemplos), as costelas, os presuntos e muito mais. De todos os pratos feitos à base de porco é o “Leitão assado”, o mais conhecido.

Os amantes da carne de vaca encontram aqui o que na maior parte dos países se oferece, bifes, grellados ou fritos. Frango é sem dúvida dos alimentos mais baratos. Na maior parte dos restaurantes aparece assado num churrasco, normalmente em carvão ou em caril, estufado confeccionar em caril, estufado, ou refogado.
A doçaria é bastante variada, consistindo em mousses de chocolate ou caramelo, pudim, flã, molotoff ou de ovos, doces de ovos, bolo de bolacha e alguns doces típicos da casa.

UMA DOCE HISTÓRIA DO BRASIL


De onde surgiu uma das mais fortes facetas de nossa miscigenação no quesito gastronomia?
Dizem os historiadores que o açúcar, obtido após a evaporação do caldo da cana, foi descoberto na Índia, lá pelo século III. Mas teriam sido os árabes seus introdutores em grande escala na alimentação, criando amêndoas e nozes açucaradas, além dos doces de figo e de laranja. Já no século XV, ao conquistar a Península Ibérica, os mesmos árabes incluíram a cana-de-açúcar nas mudas que passariam a produzir as frutas utilizadas nos doces futuros. A partir daí, de Portugal e Espanha, a cana-de-açúcar desembarca na América pelas mão de nossos desbravadores. E pronto, estava assim sacramentada a invasão mais doce da história brasileira, uma cultura que se perpetuaria pelo séculos seguintes.
Comprovadamente, muitos dos doces hoje considerados brasileiros têm origem portuguesa. É saborosa, por exemplo, a história de que, nos conventos Portugueses, era comum o uso de claras de ovos para o trabalho de engoma dos hábitos das freiras. Então o que fazer com a gigantesca sobra de gemas? Criativas, as religiosas começaram a fazer quindim, bom-bocado, pudim, papo-deanjo e manjar com essa abençoada abundância de ingredientes. Passadas as gerações, cá estamos nos fartando dessas mesmas iguarias e muitos se achando brasileiros pioneiros na doce arte da confeitaria.

Sem mesmo falarmos de outras invasões europeias, que viriam a contribuir com o enriquecimento de nossa confeitaria Brasileira, recuperamos a comunhão da tradição lusitana com as frutas brasileiras. Um elo fundamental surge nessa linha de produção: as quituteiras negras, que das senzalas emergiram para as cozinhas das sinhás, trazendo consigo a farinha de mandioca, o fubá, a abóbora e o cará para a composição das iguarias.
Falo de uma região geográfica situada, principalmente, em Pernambuco, Alagoas e interior de São Paulo. Sabemos que as frutas são base de sobremesas há séculos. Daí, imagina-se o quanto os portugueses, que misturavam mel às frutas antes do uso comum do açúcar, se deslumbraram com as possibilidades de nossas polpas, generosas em todo canto de um país recém-descoberto. São ambrosias, doces de abóbora, banana com laranja, cocada, merengue, tapioca e tantas outras preciosidades. Ainda nos tempos coloniais, a cajuada e a goiabada ganharam ares de nobreza, já considerados os dois grandes expoentes da casa-grande. Mas foram tempos também em que os aromas de bananas assadas ou fritas, envoltas em canela, invadiam as propriedades, assim como o chamado mel de engenho era fundido com nossa farinha de mandioca ou macaxeira.
Nos engenhos do interior de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Maranhão, assim como nos sobrados de Recife, São Luiz e Maceió, as cozinheiras negras foram verdadeiras alquimistas na formação de uma cozinha regional. Sem falarmos na Baia, estado no qual a tradição branca mal se percebe hoje nos guisados salgados, vencida que foi pelo calor arrebatador dos condimentos africanos que lhe dera as cozinheiras negras.
Comprovado o prestígio do mel de engenho em meio a aliados como farinha, cará ou fruta-pão, o tradicional arroz-doce ganha contornos nacionais no arroz com leite-de-coco. Ao mesmo tempo, a tapioca surgia soberana por entre mesas de chá patriarcais: sozinha ou na companhia da pamonha, do beiju, do cuscuz e da cocada. Situa-se também o nascimento do pé-de-moleque (com castanhas de caju), além da canjica e de bolas à base de milho.
Mas se a maioria das origens são identificadas, sobre o bolo Souza Leão, que até hoje reina em terras pernambucanas, têm-se notícias de inúmeras receitas que se arvoram em autênticas.
São também de Portugal, os primórdios dos bolos de noivas e aquelas pirâmides de açúcar encravadas no centro das mesas mais nobres. Assim como a arte dos enfeites, surge a criação de letras e de desenhos, à base de canela, bordados nas toalhas e nos guardanapos, como também opções de formatos de caixas, ornamentos e papéis recortados. Cabe lembrar a tradição de um Brasil Colonial, como em Portugal, era comum, em procissões, fiéis conduzirem tabuleiros de doces, oferecidos de forma gratuita a indivíduos que representavam figuras bíblicas.
Passado o tempo, surge um dos mais encantadores aliados da culinária e, por que não dizer, dos hábitos da civilização moderna: o gelo. A partir daí, as frutas brasileiras, presentes em doces, geleias e pudins, servidos ainda quentes, incorporaram novos contornos de sabor e de comportamento, e se transformaram em sorvetes. Tratados como cremes para os dias de calor, agradavam tanto à visão quanto ao paladar. Rompendo as fronteiras das fazendas e dos engenhos, surgiram como mote para as primeiras confeitarias das grandes cidade do Brasil. A iguaria tornou-se quase marco do desaparecimento das clássicas e fumegantes sobremesas patriarcais e do descrédito dos saraus em torno de chás ferventes, com queijo do sertão e pão torrado.
Os anos se sucedem e a chegada de imigrantes de toda a Europa espalha as tradições confeiteiras inglesa, francesa e alemã, incrementando, alterando e adequando as novas feições abrasileiradas de seus dotes adocicados.
Guardamos lembranças, imagens e aromas. Quem não se perde em devaneios ao lambuzar os dedos após um naco de goiabada caseira e se vê o mais feliz dos reis ao morder sem timidez um sonho recheado com o melhor dos cremes, ou se enche de orgulho após uma saraivada de doces à base de frutas brasileiras? Seja por qual motivo for, a origem da confeitaria nacional é, antes de tudo, antropológica, histórica, elucidativa.
Vencidas estas páginas, não se furte: cerre os olhos, evoque sua reminiscência mais significativa e tenha, certeza, um doce virá à mente como imagem marcante para tal sentimento.
Texto baseado de um Artigo originariamente publicado na revista Sabor do Brasil, MRE, 2004. Alexandre Menegale

sexta-feira, 19 de março de 2010

O ALGARAMOJO

Não posso deixar de passar para vocês o que eu encontrei ..navegando por aí....
Embora seja portuguesa nunca ouvi falar deste "prato"... por isso aqui vai.... culinária afinal faz parte da nossa deliciosa cultura !!!
mas que é isso de Algaramojo?
Falo de sardinhas, quem diria....
Trata-se de uma receita um tanto obscura nunca a vi escrita em nenhum livro de cozinha do baixo alentejo, e olhem que procurei.

O algaramojo serve como variante mais leve e fresca à típica sardinhada ou como forma de reaproveitar as sardinhas do dia anterior. As ditas, depois de assadas, são amanhadas para retirar a pele, a barriga e a ponta do rabo, e reservam-se até arrefecerem. Os pimentos (a gosto) e uma (ou duas) cabeças de alho são assados (pode ser mesmo no bico do fogão; a cabeça de alhos assa inteira). Depois de limpos das peles e partes mais escuras são cortados às fatias os pimentos e ao meio os dentes de alho. Cozem-se batatas e cortam-se aos bocados. O tomate maduro (assado também serve) é cortado também aos bocados. Mistura-se tudo e tempera-se com pouco sal, azeite (de Moura) e água fria. Convém apenas juntar as sardinhas à mistura quando for servida a refeição para o líquido não começar a oxidar (escurecer). Acompanhar com fatias generosas de pão alentejano. A posologia dos ingredientes é bastante liberal; o “olho” do responsável e a quantidade de convivas devem ditar as leis.

REFRIGERANTE GOURMET?

Nas minhas andanças pela internet descobri um artigo sobre refrigerantes gourmet, achei interessante e aqui vai para todos vocês...



É verdade?
Existem refrigerantes de alta qualidade, que servem tanto para se tomar puro ou na composição de drinks, e um deles é a centenária marca italiana Abbondio! Extremamente venerado na Itália, é sinônimo de qualidade absoluta e de sabores originais. É encontrado apenas em bares mais sofisticados e em lojas gourmet. As garrafas são um show à parte, retrôs e com belas imagens de pin-ups!
Com menos açúcar e menos gás que os habituais refrigerantes, lembra um pouco a nossa H2OH!, porém com sabor mais pronunciado e com qualidade muito, mais muito superior, pois só usa os melhores ingredientes e receitas que visam a qualidade e não o baixo custo!
Conheça os sabores:

Menta:
Limonada de menta levemente espumante feito com três variedades de hortelã alpinos da região de Piemonte. Um clássico italiano - fresca e completamente distinta.
Deve ser servido frio, de preferência com gelo. Uma combinação perfeita com gin ou vodka.

Pompelmo e fragola:
A mais nova criação da Abbondio, é um espumante suave de grapefruit pink e morango. Deve ser servido frio, simples ou com gelo. Sensacional com vodka, gin ou rum.

Chinotto (a original):
O Chinotto original é de acordo com os aficcionados, o melhor absoluto. . Esta receita secreta traz o entusiasmo surpreendente do fruto Chinotto (laranja-amarga) para um gosto que é inimitável. (Também é vendido com a marca San Pellegrino). Deve ser servido gelado, com ou sem gelo.

Bianca (a premiada):
Bianca é vencedora de vários prêmios gourmets na Itália. É uma limonada feita a partir de cinco variedades de limão siciliano misturadas com açúcar de cana de boa qualidade.
Deve ser servida com gelo e limão. Uma grande mistura com vinho branco, cerveja pilsen ou cachaça.


Rossa:

Esta é um meio termo entre as Bitter (tipo Campari) e os refrigerantes. Tem sabor vintage e é produzido com 10 diferentes essências.
Sirva com gelo como um aperitivo, ou na coqueteleira com gin ou vodka.


Tonica:

A água tônica definitivo, com mais de um século de tradição. Combina a refrescante do limão siciliano com a amargura do quinino.
Beber com gelo como um aperitivo, ou com gin.


Saiba mais:
Chinotto: A bebida recebeu o nome de uma fruta cítrica particular que, fora da China, só cresce na Sicília, em uma fazenda localizada nas encostas do vulcão Etna.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


Já lá vão uns bons anos, desde que com meus pais colhi o fruto das oliveiras da casa de nascença de minha mãe, lá pelas encostas do Douro, em dias frios de janeiro.

Por acaso navegando neste universo virtual me deparei com um blog que falava de azeitonas e minha lembrança se tornou viva , sorri e aqui estou postando queridos leitores para compartilhar com vocês.

“Colha as azeitonas à mão pois as técnicas de varejo danificam e amassam o fruto. Ignore cordialmente os conselhos que vai ouvir dos velhotes "sábios". Todas as antigas técnicas de curtimento em vasilhas de barro, etc., ao permitirem o contacto da superfície do líquido com o ar, promove a oxidação e amolecimento do fruto, tornando-o "sapateiro" ao fim de poucos meses. Nos tempos da fome no Alentejo comiam-se mas é algo inaceitável para o paladar moderno.
Sim, a soda cáustica com que se curtem hoje as azeitonas que se compram no supermercado é aquilo que serve para desentupir canos...”

AZEITONAS DE CONSERVA:
A "conserva" aplica-se a qualquer azeitona e a despeito do tempo inicial de preparação, confere à azeitona um sabor marcado inconfundível e forte e permite a sua conservação por tempo indefinido. Estou hoje a consumir azeitonas que conservei em 2003!
Para conservar a azeitona, enchem-se garrafões usados, de água, até 4/5 do seu volume com azeitonas inteiras ou retalhadas, juntam-se duas colheres de sopa bem cheias de sal marinho e completa-se até ao bordo com água (se só dispõe de água tratada, use mineral). Deixe ao abrigo da luz directa, pelo menos 6 meses.Durante este tempo, desenvolve-se uma fermentação interna nos frutos com abundante produção de CO2 que se acumula no interior do garrafão.
Semanalmente, alivie a tampa de modo a fazer sair a pressão acumulada.
Após 6-8 meses, abra, lave em águas limpas por 2-3 dias e tempere como habitualmente, (sal, orégãos, etc.).

http://outrascomidas.blogspot.com/2009/10/curtir-azeitonas.html

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Azeitonas Temperadas

INGREDIENTES
1 xícara de azeitonas pretas
sal grosso
8 dentes de alho
2 colher (chá) de tomilho
1 colher (sopa) de orégãos
1 pitada de erva doce
1 colher (chá) de cominhos
3 colher (sopa) de azeite

MODO DE FAZER
Coloque as azeitonas num recipiente onde as possa mexer e envolver com os temperos. Tempere de sal grosso, a gosto. Esmague os dentes de alho com um aparelho próprio (o esmagador de alhos é um aparelho próprio de duas peças que ao encaixarem empurram o alho através de orifícios pequenos), ou, se não o tiver, corte os alhos muito bem picadinhos, de modo a que estes soltem o seu aroma. Regue com o azeite que deve ser de muito boa qualidade.Deite as restantes especiarias e envolva tudo muito bem. Deixe marinar umas horas, e vá mexendo de vez em quando.